domingo, 8 de maio de 2011

Feliz Ano do Orgulho LGBT!

Maio antecede o mês que comemora o Orgulho LGBT – 28 de junho.
E convenhamos que, maio de 2011, será um marco no que diz respeito às conquistas do movimento LGBT brasileiro. Coisas muito importantes aconteceram e outras estão pra acontecer.

Quem acompanhou os últimos eventos, viu a emoção que tomou a comunidade – um tanto desacreditada até então – quando o Supremo Tribunal Federal julgou e aprovou a União Homoafetiva, durante os dias 04 e 05 de maio.
Dias antes, em 29 de abril, o SENSO 2010 anunciou que em sua última pesquisa foram contabilizados 60 mil casais homossexuais. Número importante e que tende a crescer com a nova conquista, pois a União Homoafetiva garante aos casais:
Comunhão parcial de bens;
Pensão alimentícia;
Pensões do INSS;
Planos de saúde;
Políticas públicas;
Imposto de renda;
Sucessão;
Licença-gala;
Adoção.

O STF se antecipou ao Legislativo para garantir a população LGBT os direitos que lhes eram negados. E a decisão tem aplicação imediata. Na segunda-feira, dia 09/05, será realizado em Curitiba, o registro em cartório do primeiro casal homoafetivo. Tony Reis, presidente da ALGBT, e seu companheiro, David Harrad, acompanharam o julgamento em Brasília e, em seguida a decisão, anunciaram publicamente o registro de sua relação.
O ministro Jobim garantiu que as Forças Armadas também vão cumprir decisão do STF.

Com isso, o mercado cresce os olhos sobre o público LGBT. Bancos e empresas de cartão de crédito mapearam os hábitos de consumo e investimento deste público:
40% dos LGBT’s estão na classe A e B;
LGBT’s gastam 64% mais em produtos de beleza;
54% dos LGBT’s compram, em média, 8 livros por ano;
LGBT’s gastam 25% a mais que o público heterossexual na compra de imóveis.

No meio disso tudo, o SBT, do tio Sílvio, anunciou que levará ao ar, no dia 11 de maio, o primeiro beijo homossexual da TV aberta brasileira. A novela “Amor e Revolução” vai ao ar às 21h45. E o beijo foi protagonizado pelas personagens Marina (Giselle Tigre) e Marcela (Luciana Vendramini). A emissora autorizou que a cena vá ao ar; o que colocará as atrizes, o SBT, a novela e o autor na história da TV brasileira.

Mais uma vez as mulheres são colocadas na linha de frente e retomo a Revolução Francesa, quando elas estavam lá, abrindo caminho para os homens, pois as mulheres, dotadas de coragem desde sempre, não temiam as forças opositoras. Voltando a 2011, quantas atrizes conhecemos que se negaram a interpretar uma personagem homossexual sob a alegação de “não estou pronta para um papel com esse peso”? E quantos atores já negaram personagens homossexuais, justificando com essa declaração?

Giselle Tigre, em entrevista à revista "Veja",  falou sobre seu personagem na trama "Amor e Revolução", do SBT. Ela e Luciana Vendramini viverão um casal homossexual e já gravaram a cena do primeiro beijo gay das novelas brasileiras. "Foi um beijaço, e foi só o começo. Nós duas estamos na expectativa de fazer uma cena de amor", disse. 

A atriz contou ainda que está eufórica por ser pioneira do beijo gay na teledramaturgia, e que nunca tinha beijado uma mulher antes. Sobre possíveis cenas de sexo entre as personagens, Giselle diz que ela e Luciana estão vibrando para que aconteça. "Queremos mais é que role. Vai ser lindo. Espero que a coisa não morra na praia", completou.
(Revista Veja)

A emissora de Sílvio Santos, que está atualmente mergulhada em uma crise financeira, sai na frente desta vez. E esperamos que isso abra espaço para novos beijos e novos personagens em outras emissoras.
O mais próximo de um beijo homossexual em horário nobre na Rede Globo, por exemplo, foi na novela “Mulheres Apaixonadas”, com um selinho protagonizado no último capítulo pelas personagens Clara e Rafaela, interpretadas por Alinne Moraes e Paula Picarelli).
Giselle Tigre e Luciana Vendramini

Alinne Moraes e Paula Picarelli

Mas agora é beijo de novela de verdade! Só aguardar! Quem sabe vem mais que um beijo por aí?

E seguindo o movimento...
17 de maio: Dia Internacional da Luta Contra a Homofobia!
Foi convocada para o dia 18 de maio na cidade de Brasília a II Marcha Nacional Contra a Homofobia, que promete colorir a Esplanada dos Ministérios . A concentração começa às 9hs e trará como bandeira de luta a igualdade de direitos e políticas públicas de combate à homofobia.
A programação conta também com o VIII Seminário LGBT no Congresso Nacional que será realizado no dia 17 de maio, em homenagem ao Dia Nacional de Combate à Homofobia. A data oficializada em 1990, marca a retirada, pela Organização Mundial de Saúde, da homossexualidade da classificação internacional de doenças.
A marcha chama a atenção para a necessidade de criminalização da homofobia, caracterizada pelos crimes de ódio, aversão ou discriminação a homossexuais. E para tal, tramita na Câmara, o PLC 122/2006 – Homofobia Não!


De acordo com o Grupo Gay da Bahia, nos últimos 20 anos, 2.430 pessoas foram assassinadas em crimes homofóbicos. E das vítimas, 64% eram gays, 29 % eram transgêneros e 2% eram lésbicas.
Só em 2010, foram mais de duzentos assassinatos por homofobia.
Paralelo às conquistas do Movimento LGBT, há um grupo de pessoas que tentam limitar os nossos direitos, como com a apresentação de projetos que proíbam que casais homossexuais adotem crianças, e que estes sejam reconhecidos como entidade familiar.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) critica união homoafetiva com argumentos injustificáveis, como o de que o casamento pressupõe que homens e mulheres gerem filhos. Para a Igreja, homossexuais não formam família, mas uma comunidade de pessoas.
Pesquisas da USP afirmam que a estrutura familiar e o desenvolvimento da criança não estão vinculados com a orientação sexual do casal, mas com o desejo de ser responsável por uma criança.
Feliz Ano do Orgulho!


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