terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Esquecimento Paulistano



"Eu tava triste,tristinho...
Mais solitário que um paulistano."
(Zeca Baleiro)

Algumas vezes parece que os amigos se esquecem de você. Talvez eles prefiram se divertir sem você. Vai saber.

Só estranho quando eles vão a um lugar onde sabem que eu gostaria de estar, mas eles – por algum motivo conhecido ou não – não te convidaram.

Certamente eu teria arranjado uma briga grande caso não tivesse me divertido naquele dia.

Por que eu não os convidei também? É claro que eu convidei! Mas sabe como é paulistano... paradão quase parando. Programa bom pra eles é boa música e lugar pra ficar sentado o tempo inteiro. Quer ver um paulistano cometer suicídio? Leve-o para um show na praia de Copacabana. Nem precisa chegar a tanto. Deixe-os numa casa de espetáculo onde os presentes na pista terão de ficar de pé, e onde não haja garçons passando de um lado para o outro servindo pessoas. Acrescente a isso cervejas caras. Voilà! Em questão de minutos “lê temps détruit tout”!

Os paulistanos estão muito presos – ainda – aos valores judaico-cristãos, suas neuroses, fobias, conformismo e luxo. Em suas mentes ecoam frases como “não vai dar tempo”, “eu preciso”, “nada é maior que a minha dor”, “eles não vão poder mesmo”. Comprimidos, chocolates, esteiras, suor, fumaça, torpor eterno. Eis São Paulo!

Uma coisa que valorizo nos cariocas mais que tudo: a vontade de estar com os amigos acima de tudo! Cariocas valorizam as amizades mais que as famílias. E se a família for tão valorizada quanto, é porque é formada por amigos.

Amizade é escolha. É querer estar junto. A família já estava lá quando a gente nasceu, e estará lá até o fim dos nossos dias – queira você ou não.

Convidar um vegetariano para um churrasco significa “gostaríamos de ter a sua presença mais que os processos politizantes ou espirituais”. Convidar alguém para ir a uma apresentação de um cantor que ele adora, mesmo que seja caro, que a resposta será um não ou que essa pessoa já tenha um programa para aquela noite, também significa que você se importa e gostaria que este alguém estivesse lá.

Tem uma coisa que costumo fazer: quando vou a determinados lugares ou a um show em que sei que alguém querido gostaria de estar ou que eu gostaria que este alguém estivesse comigo, dividindo experiências, eu guardo o ingresso ou a programação e envio para o lembrado, com uma carta, um bilhete ou mesmo um email.

Mas o esquecimento é o destino de todos, não?! Mesmo dos cariocas.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Deixa A Gira Girar

"Todo santo dia ela ia
Ela ia lá me chamar
Pra dançar com
A beirada da saia querendo rodar
Pelo jeito dela,
Pelo dengo, pela simpatia
Se eu caio na roda
Essa moça pode me segurar
...
E eu, olhando pra beira da saia
Querendo rodar
Ah, se eu vou!"
(Lula Queiroga)



"Gira a tua saia
Põe meu mundo nela
Na ponta dos pés
Faz meu mundo girar

Monta a sua roda
E levanta a barra
Baiana vem ver
O bloco levantar"
(Landa / Inty)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Memória das Águas



"Amores são águas doces
Paixões são águas salgadas
Queria que a vida fosse
Essas águas misturadas."
(Roberto Mendes / Jorge Portugal)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Estudando para a FUVEST...



Sábado, 21 de novembro de 2009.
Já passava das 22h00 quando decidi ler um pouco da matéria de literatura indicada para a prova da FUVEST.
Minha última leitura era Jorge Amado, Capitães de Areia.
E antes mesmo que eu descobrisse isso e pegasse no sono, recrio uma baiana no verso do caderno.
Passei muito tempo sem desenhar... Me orgulho desta façanha usando apenas uma caneta esferográfica.
Veremos se voltarei de fato a desenhar.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Agito Vão



"Tudo se agita em vão e é tão bonito
Não se consome o presente infinito..."
(Paulo Neves)

As batidas de um coração apaixonado é isso. Agito vão, e nada mais que isso.

Amar o desconhecido é algo novo e bonito. É composto de versos soltos em madrugadas sóbrias ou ébrias, tão cheias de amizade e saudade do que nunca esteve aqui.

A sombra dos risos que rasgam os momentos de contemplação profunda que nos encaminha a mais uma canção e ao amor... É assim que eu sinto a falta da senhora da canção de ninar mais pedida dos últimos meses. Tua canção escrita entre goles, entre confissões e entre amigos.

Cada dia que passa me dá uma certeza dolorosa de um encontro impossível.

Até tenho medo deste encontro. Medo de perder a inspiração dada por teus olhos e tua saia, ou medo de me perder de vez nesta inspiração?

Volto aos amigos e me perco entre eles...

Cumplicidade é o que me mantém sóbria de tua voz.