terça-feira, 31 de maio de 2011

Nota pública do DCE/UFPEL - Gestão Todas as Cores

Do autoritarismo à repressão do movimento estudantil
Ou por que reis não são eleitos, nem dialogam, nem se importam com o que vem de baixo


Um breve histórico sobre a Gestão César



Não é de hoje que a falta de democracia é um problema nesta Universidade. A aprovação do REUNI, Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, proposto pelo MEC, foi feita sem mínimo debate na comunidade universitária. Na ocasião, em 2007, o programa foi aprovado no Conselho Universitário (CONSUN), às pressas, com negação ao pedido de vista de professores e funcionários. Ou seja, a forma como a UFPEL tem se expandido é desconhecida, eis que o projeto não foi visto por ninguém na comunidade universitária. 

De oito mil estudantes, passamos a dezenove mil. Todo ano, novos cursos são propostos e a oferta de vagas dos já existentes é aumentada. A escolha de quais serão os novos cursos e da quantidade de vagas de cada um deles e dos que já existem, que em ideal cumpriria às instâncias das próprias unidades, têm sido responsabilidade única da Reitoria. Da mesma forma, ela é quem define quais serão as obras nos cursos, a partir de quando e com quanta destinação orçamentária.

Em suma, tudo é uma surpresa para todos. Menos os problemas. Dizem algumas paredes que si nadie trabaja por vos, que nadie decida por vos. Esta máxima passa longe da realidade da UFPEL. O conhecimento do que foi decidido se dá quando as consequências, via de regra desastrosas, aparecem.

O Reitor costuma afirmar que os estudantes daquela época foram a favor do REUNI, que também é apoiado pela UNE e, por isso, deveríamos todos ser favoráveis ao projeto. Engana-se. Lógica mais razoável é a que denuncia que aqueles estudantes, que votaram contrários ao debate na comunidade universitária e ao pedido de vista do projeto, não representam o corpo estudantil da UFPEL. Que seu autoritarismo e desvio ideológico não nos seja estendido. 

Em 2008, oportunidade em que haveria eleição para a Reitoria, o atual Reitor não esperou pelo consenso entre professores, funcionários e estudantes, que inicialmente discordavam entre método de votação paritário (33% dos votos para cada categoria) ou universal (cada integrante da comunidade teria direito a um voto, indiscriminadamente). Cerca de um mês e meio antes do fim do prazo para o entendimento entre as categorias e para as eleições, César Borges atropelou a comunidade universitária, convocou Conselho Universitário e, mesmo com protesto de centenas de estudantes às portas do CONSUN, obteve mandado da Justiça e realizou as eleições, reelegendo-se, com repressão policial sobre aqueles que clamavam por democracia.

Desde então, já não há nenhum tipo de disfarce para que a tomada de decisões se dê unilateralmente. O orçamento anual da UFPEL, de mais de 370 milhões de reais, não é do conhecimento da comunidade universitária e muito menos a esta é dada a oportunidade de gestioná-lo. Os institutos, faculdades e centros não possuem liberdade de planejamento orçamentário. As decisões financeiras da Universidade são tomadas de cima pra baixo, embora a negociação seja livre.

Negociação, aliás, é uma palavra cara à Reitoria. Não por acaso, no ano passado, quando da intenção de modificar o Estatuto da UFPEL, o Reitor convocou curso por curso para reuniões particulares, oferecendo privilégios em troca de adesão à nova estrutura proposta. Alguns cursos, ainda assim, colocarem-se contrários à modificação estatutária, se ela se desse sem debate na comunidade universitária.

Vale dizer que a transparência e a gestão compartilhada do orçamento de uma instituição de ensino não são nada mirabolante, extraordinário, balela. Seria necessário, por força do caráter público dos recursos, por força da essência de uma universidade, que é a de fomentar a crítica e a participação. E veja-se a plausibilidade do que estamos dizendo a partir do exemplo da UdelaR, no Uruguai: lá a destinação orçamentária é construída, por todos os segmentos.

Naquela ocasião da implementação de um novo modelo administrativo, estudantes mobilizaram-se, ainda que sem apoio material do Diretório Central de Estudantes da época, que se dizia demasiadamente ocupado com outros assuntos, como os estudantes alojados na sede da entidade por falta de assistência estudantil na UFPEL. O DCE da época não relacionava os temas, não por acaso, pois primavam pelo "diálogo com a Reitoria". Entretanto, com as mobilizações de diversos centros acadêmicos, conseguiu-se barrar, ao menos temporariamente, as modificações propostas pelo Reitor à época. 

Mas não é tudo.

O Reitor César Borges já foi condenado por improbidade administrativa. Antes mesmo de ser Reitor, exerceu o cargo de Secretário Municipal de Saúde do Prefeito Anselmo Rodrigues (PDT), ocasião em que foi investigado pelo Ministério Público Estadual (MP-RS). Como Reitor, já foi condenado pela Justiça Federal, em processo movido pelo Ministério Público Federal, a devolver dinheiro aos cofres públicos e a demitir 700 funcionários terceirizados por contratação suspeita, com favorecimento a familiares e pessoas próximas. Prossegue no cargo, contudo.

Não é central mencionar que o mesmo grupo político (César Borges, Inguelore Scheunemann de Souza e novamente César Borges) está no comando da UFPEL há mais de 20 anos. É essencial mencionar, entretanto, que a forma autoritária e obscura de gestão pública levada por este grupo já ultrapassou todos os limites do aceitável. Mesmo com os percalços de legalidade mencionados acima e a falta de democracia não tenham lhes retirado a administração da UFPEL, isso não lhes dá o direito de sentirem-se donos dela. Transparência e democracia não são concessões; são direitos.


Uma breve manifestação sobre os acontecimentos recentes

Dizer amém a todas as políticas do MEC é um posicionamento político assumido por César há algum tempo. Mais do que isso, nossa Reitoria toma tal postura de forma autoritária, como já dito. A novidade que se revela nos últimos fatos é que o Reitor reclama não ser ouvido pelos estudantes, quando eles esperam por ele meses; reclama não ser ouvido pela mídia, quando ela convoca apenas ele a esclarecer os fatos; e por fim reclama que as manifestações não representam ninguém, querendo intervir no processo democrático de representação estudantil, quando na verdade não prima por processos democráticos que lhe dizem respeito há vários anos.

As contradições são tantas que se atravessam e se agravam.

O que o Reitor entende por diálogo provém de sua prática cotidiana: dialoga com o MEC, ao aceitar todas as políticas educacionais federais acriticamente em troca de verbas e elogios públicos. Da mesma forma, entendia dialogar com a gestão anterior do DCE, quando ela não criticava as decisões da Reitoria nem promovia atos públicos, apenas negociando o que de melhor havia a ser feito. Não faria diferença nenhuma, do ponto de vista do significado, trocar a palavra "diálogo" por "subserviência", para a Reitoria. Para nós, faz.

Assumirmos desde o princípio nossa autonomia, que pode ser lida como não-subserviência; significa que o diálogo (inclusive o institucional) entre estudantes e reitoria deve se dar de forma clara, transparente e democrática. Não pedimos favores ao dialogar com a Reitoria; apresentamos demandas. Dessa forma e somente dessa essa forma poderemos trabalhar conjuntamente para buscar uma UFPEL melhor.

Ocorre que não é assim que tem sido visto pelo atual Reitor. Dando as costas pro diálogo, a Reitoria nega todos os problemas sistematizados por dezenas de centros acadêmicos e pelo DCE. Não permite outra saída senão mobilização dos estudantes para visibilidade dos problemas e para retomada do caráter público da UFPEL. Pública que é, a UFPEL deve responder à vontade da comunidade universitária e da sociedade, e não de um ou outra administrador; pública que é, deve formar com qualidade, com perspectiva de mudança social, e não apenas expedir diplomar sem qualidade por subserviência aos índices solicitados pelo MEC.

A precarização da universidade pública, denunciada em diversos locais do país, encontra exemplo incontestável em Pelotas. Falta de laboratórios, inadequações nos já existentes, insalubridade nos cursos, falta de salas de aula, falta de auditórios e espaços para centros acadêmicos, absoluta insuficiência de assistência estudantil, entre outros, são problemas gritantes, que merecem atenção e resolução por parte da administração central.

Ao invés de escutar sobre os problemas e, com seus limites institucionais, propor debates públicos e soluções, mesmo que parciais, nossa Reitoria preferiu responder com ainda maior autoritarismo e, consequentemente, violência contra os estudantes. Contra a ocupação pacífica, sem depredação do patrimônio público, sem obstrução ao serviço público e que visava apenas ao diálogo, a resposta foi a ameaça e a repressão, com a demanda judicial, o mandado de desocupação e o deslocamento de força policial surrealmente numerosa e armada.

Depois disso, instaurou sindicância para identificar "culpados" pela tentativa de diálogo e para promover as sanções cabíveis.

Isto sinaliza, mais do que um problema localizado, uma mácula da cidadania brasileira. O resíduo autoritário deixado pela ditadura civil-militar continua castrando a participação. O autoritarismo na UFPEL, se bem que com particularidades, é reflexo dessa dificuldade extrema que temos de nos apoderarmos da nossa própria história de repressão e censura. Por isso a alguns soa tão estranho que estudantes se disponham a permanecer em um local que lhes é de direito como método de reivindicação. A cidadania, por força da nossa transição democrática imperfeita e boicotada, ainda é tida como prerrogativa de alguns poucos, revestidos de autoridade.

As autoridades, vejam, têm tido noções diversas de diálogo: criminalização e repressão.

Não por acaso, o Reitor disse diversas vezes não reconhecer os estudantes que se manifestavam na Reitoria. Acostumado apenas a gabinetes e a números, nossa administração esquece que, em verdade, os estudantes são pessoas, com perspectivas e frustrações, sonhos e anseios para com a UFPEL.

Assumindo que não somos números, nem subservientes, nem violentos como nossa Reitoria nos alcunha, os estudantes, com suas flores, mordaças e narizes de palhaço, retiraram-se da ocupação, mas prosseguem se mobilizando por uma UFPEL que não seja de um ou outro Reitor, de um ou outro Ministro da Educação. Os estudantes, com suas cores, vozes e anseios, mobilizam-se mais e mais para serem vistos e ouvidos, entoando o canto da democracia.

Chega de silêncio frente ao autoritarismo e à subserviência! Por uma UFPEL pública, gratuita e de qualidade!


UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES
GESTÃO TODAS AS CORES

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Estudantes da UFPel ocupam reitoria a espera de serem atendidos pelo reitor Cesar Borges

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES
GESTÃO TODAS AS CORES



Pelotas, 30 de maio de 2011


Olá, colegas.

Como vocês já devem ter acompanhado pela imprensa, estamos em um processo de manifestações estudantis para reivindicar melhorias na estrutura de diversos cursos da UFPEL.  Em contrapartida, o reitor César Borges nos chama de “mentirosos” e diz que “a universidade está muito boa”, não assumindo os problemas enfrentados por toda a comunidade acadêmica. O DCE tentou por diversas vezes entrar em contato com o reitor por meios burocráticos e não foi atendido. Só nos restou mobilizar toda a comunidade estudantil na quinta-feira, dia 26 de maio de 2011, e fomos numa marcha de cerca de 250 estudantes pelas ruas da cidade de Pelotas até o gabinete do reitor, com a finalidade de entregar pessoalmente a ele uma pauta de reivindicações.
     
 Marcha de estudantes da UFPel pelas ruas de Pelotas

Os estudantes foram impedidos de entrar e de sair do prédio da Faculdade de Letras, Enfermagem e Nutrição, onde também se localiza a reitoria. E, novamente, o reitor veio com o mesmo discurso de que nada estava acontecendo, que os problemas não existiam - sua habitual postura.

Em assembléia estudantil realizada no local, decidimos ocupar o prédio da reitoria, no Campus Anglo, com o intuito de ganhar visibilidade e exigir um comprometimento público do nosso reitor César Borges em melhorar a qualidade do ensino e mostrar transparência na utilização das verbas que são destinadas à UFPEL.

Estudantes são impedidos de entrar ou sair do prédio por seguranças da reitoria

Estudantes ocupam a portaria do prédio da reitoria da UFPel

 Após assembléia no saguão da reitoria, estudantes decidem ocupar o prédio até serem recebidos pelo reitor. Os seguranças tentam, sem sucesso, impedir que os estudantes tenham acesso ao andar da reitoria.

 Ganhamos visibilidade nacional, apoio de vários DCEs como o da USP, UFRGS, FURG, UFSM e  alguns sindicatos, além da ASUFPEL e ADUFPEL. Desocupamos o prédio de forma pacífica após uma liminar judicial que exigia a reintegração de posse do espaço. 

Reitoria Ocupada

Mas não paramos por aí. Nesse sábado ocorreu na sede do DCE, uma assembléia para decidirmos os rumos a serem seguidos daqui pra frente. Foi decidido fazer uma coleta de assinaturas (abaixo assinado) de estudantes, professores e funcionários reivindicando melhorias na instituição.

Desocupação pacífica: Estudantes deixam a reitoria de mãos dadas e cantando

Criou-se um canal de diálogo para a comunidade acadêmica através do grupo ufpelnarua@gmail.com para que sejam enviadas denúncias e problemas enfrentados em cada curso.
Será também realizada nova assembleia aberta a toda a comunidade universitária na quinta-feira, dia 2 de junho de 2011, às 18h na ASUFPEL sediada na rua XV de Novembro nº 262.

 Reivindicações:

-Proporcionalidade na relação espaço/aluno;
-Transparência no orçamento da universidade;
-Iluminação nas unidades de ensino;
-Segurança;
-Início das obras da futura Casa do Estudante e da creche;
-Proporcionalidade na relação assistência estudantil/aumento de alunos;
-Aquisição de livros respeitando as listas elaboradas por docentes;
-Avanço das obras do projeto REUNI ;
-Aquisição de prédios apresentáveis e não sucateados como tem ocorrido ;
-Destino dos prédios sucateados adquiridos e orçamento das respectivas reformas;
-Despulverização (desfragmentação) dos espaços da universidade pela cidade de Pelotas;
-Proporcionalidade no aumento de alunos/professores;
-Laboratórios de práticas em condições adequadas de segurança;
-Descarte adequado de resíduos químicos;
-Criação do Hospital Universitário para cursos da área da saúde;
-Criação de laboratórios e salas adaptadas para atividades específicas dos cursos;
-Coabitação permanente da pós-graduação e  graduação;
-Consulta à comunidade acadêmica sobre alterações no Estatuto da Ufpel;
-Hospital Veterinário em condições adequadas;
-Espaços adequados a portadores de necessidades especiais;
-Melhoria na habitação da Casa do Estudante;
-Atualização das bibliotecas e aumento da carga horária de funcionamento;
-Linha de transporte que integre a universidade;
-Transporte satisfatório aos campus;
-Relação de imóveis alugados pela universidade;
-Eficiência orçamentária das unidades;
-Aumento do efetivo dos servidores; "


Seguem no fim deste informe, as noticias que saíram em meios de comunicação e vídeos da ocupação da reitoria da UFPEL:

Os estudantes da Universidade Federal de Pelotas agradecem a atenção e contam com a colaboração e apoio de todos. Continuamos na luta por formação de qualidade e universidade pública de verdade!

Atenciosamente,


DCE UFPel – Gestão Todas As Cores



A Luta dos Estudantes da UFPel na Mídia

Nosso Blog, com a explicação dos acontecimentos:


IMPRENSA

Globo:

Zero Hora:






Correio do Brasil:

Folha de São Paulo:


Estadão:


Diário Popular:




RBS Pelotas – Afiliada da Rede Globo
Quinta-feira – Ocupação da reitoria da UFPel:

Sexta-feira – Entrevista do reitor:

Sexta-feira – Chegada das forças policiais e desocupação:

TV RECORD
Quem é César Borges?


VÍDEOS

YouTube:









quarta-feira, 25 de maio de 2011

Gauchinha

"A novidade veio dar na praia
Na qualidade rara de sereia:
Metade, busto de uma deusa maia;
Metade, um grande rabo de baleia.

A novidade era o máximo!"
(Paralamas)


E essa novidade veio na bruma leve das paixões que vêm de dentro. Brinca diariamente no meu quintal. Inclusive durante o sono, nos meus sonhos.
E o que torna uma estranha, que chegou do nada, sem dizer nada, a criatura mais excepcional do momento? O jeito meigo, doce, carinhoso? A coragem de assumir seus sentimentos? A coragem de buscar viver as coisas que deseja e acredita? O sorriso sincero de quem só quer ser feliz?
Eu já não sei... Me perdi em meio a isso tudo.
Me perdi, aprendi canções que não conhecia, aprendi a amá-las e cantá-las pra tentar tocar o coração de uma estranha. Já nem tão estranha assim. Já uma saudade.
A velocidade em que as coisas acontecem são sempre diferentes. Impermanência. Algumas paixões são instantâneas  outras, levam mais trabalho, mais tempo, como um bom vinho. Mas o mais importante é o fazemos com o arrebatamento, com os sentimentos.
Deixar o coração aberto é importante. Mas às vezes não é suficiente. Pra mim, entrega é sempre necessária. Essa transpiração que nos move rumo ao outro, praticamente na vontade de se juntar ao outro. E as pessoas querem se juntar. Ainda é possível encontrar pessoas com quem dividir os sonhos sim, expectativas... Há gente com mais expectativas que a gente. Isso pode assustar, ou nos mover mais.
Ninguém é completo ou perfeito, mas a maioria quer sentir isso que sinto agora. Que não sei até quando dura, ou se vai acabar. Mas por ora, me faz cantar, sorrir sem razão aparente, escrever longamente...
Desnudar-se diante da vida e vestir-se com a voz que se tem.

sábado, 14 de maio de 2011

Nota de apoio do DCE UFPel à paralisação da Odontologia.

Universidade Federal de Pelotas
Diretório Central dos Estudantes
Gestão TODAS AS CORES

NOTA DE APOIO

Ao Centro Acadêmico da Odontologia

            O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Pelotas (DCE UFPel “Gestão TODAS AS CORES”), entidade representativa dos 19.230 discentes atualmente vinculados à UFPel, vem por meio deste, após reunião geral, manifestar seu APOIO TOTAL E IRRESTRITO aos estudantes da Faculdade de Odontologia e ao Centro Acadêmico da Odontologia (CAO-UFPel).
            Salientamos que RECONHECEMOS E VALORIZAMOS A LUTA e não queremos apenas nos limitar somente em auxiliá-los nas ações de viabilizar contatos, apoios, tarefas operacionais, mas também pela representatividade que nos foi repassada ao assumirmos a coordenação da entidade, estamos efetuando contatos com os demais cursos para mobilizarmos toda a UFPel. Ratificamos que as pautas citadas pelo CAO-UFPel são verdadeiras, legítimas, preocupantes, tanto no ponto de vista pedagógico como de segurança à saúde dos pacientes e DEVERIA TER SIDO RESOLVIDA PELA REITORIA DESDE 2009.
            Gostaríamos de pronunciar nosso TOTAL REPÚDIO ÀS PALAVRAS DO REITOR DA UFPel, CESAR BORGES, nos veículos de comunicação, pois seus relatos apontam total desconhecimento dos problemas pautados e da infraestrutura da Faculdade de Odontologia, motivos cabais para comprovar a TOTAL INCOMPETÊNCIA DA REITORIA DA UFPel durante sua gestão antidemocrática.
            Estendemos nosso REPÚDIO ÀS AÇÕES DA DIRETORA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFPel,Márcia Buenno, que em atitude autoritária ORDENOU o fechamento da Faculdade as 19h justamente para inviabilizar as assembleias dos estudantes, chamadas e coordenadas pelo CAO-UFPel. Além disso, apontamos sua gestão na diretoria desta Faculdade como principal culpada, junto com a Reitoria, das condições de sucateamento do espaço público, pois mais de três paralisações de estudantes foram realizadas com praticamente as mesmas pautas durante sua gestão.
            Gostaríamos de parabenizar todos os estudantes que atualmente abrem mão de estar sentados nas salas de aula, das noites de descanso, das rodas de conversas e confraternizações para lutar pela melhoria, sendo que estes fatos servem de exemplo aos colegas dos demais cursos da UFPel. Valorizamos a preocupação mantida com a manutenção do serviço de pronto atendimento, cancelamento das consultas, informações disponibilizadas durante todo o dia na porta de acesso dos pacientes, pois a luta engloba TRATAMENTO DE QUALIDADE COM SEGURANÇA à comunidade.
            Cabe destacar que a Faculdade de Odontologia da UFPel é há muito tempo referência nacional não apenas pela qualidade dos seus professores, mas também pelo brilhante grupo de discentes que passam por esta unidade acadêmica, proporcionando mudanças significativas na vida de milhares de membros da sociedade.
            As mudanças feitas por vocês já está marcada na história da UFPel. Ser representante de pessoas que protagonizam mudanças significativas na realidade da sociedade é muito mais que uma satisfação, é um exemplo que será carregado por cada membro do DCE UFPel Gestão TODAS AS CORES, pois somente JUNTOS faremos a diferença!





Alex Nunes Molina
DCE UFPel Gestão TODAS AS CORES

Pelotas, 11 de maio de 2011

Nota da Odontologia UFPel

CENTRO ACADÊMICO DE ODONTOLOGIA
Gestão Com Força e Vontade

O Centro Acadêmico de Odontologia da UFPel, mais uma vez, cem denunciar à comunidade Pelotense a confusão na qual nossa instituição se encontra. Os principais pontos de reivindicação dessa vez são:
- Falta de planejamento ao receber alunos do REUNI (aumento de 50% no número de alunos/ano);
- Espaço físico e infraestrutura insuficiente;
- Descaso com prontuários de pacientes.
Além disso, estes pontos se sobrepõem a problemas recorrentes na Faculdade de Odontologia e desencadeadores da paralisação estudantil realizada no ano de 2009:
1.    Falta de organização nos setores de estoque de material dentro das clínicas;
2.    Falta de estrutura mínima para realização de aulas práticas laboratoriais de prótese;
3.    Não cumprimento de horários de aula por alguns professores e funcionários;
4.    Falta de organização para o início de aulas teóricas;
5.    Falta de professores orientadores nas clínicas em diversos períodos de atendimento;
6.    Atuação de professores em mais de uma atividade, ao mesmo tempo (clínica e pronto-atendimento);
7.    Falta de planejamento estatístico para evitar falta de materiais;
8.    Falta de planejamento e organização para distribuição de armários na faculdade;
9.    Problemas hidráulicos e elétricos recorrentes em todas as dependências de faculdade;
10.  Problemas na esterilização, impedindo que atendimentos sejam realizados;
11.  Vazamentos constantes de água, criando risco de acidentes e contaminação;
12.  Falta de planejamento ao fazer a divisão física de salas de aula;
13.  Falta de planejamento ao receber um gerador de energia sem possibilidade de usá-lo;
14.  Reforma incompleta da clínica pediátrica;
15.  Problemas na radiologia (sem filme panorâmico);
16.  Pronto-Atendimento (estrutura física e material);
17.  Caos na triagem;
18.  Falta de discussão com a comunidade acadêmica antes da votação de assuntos definidores dos rumos da faculdade (REUNI, Centros, Tecnólogo em Higiene Dental, Tecnólogo em Prótese Dental). 

domingo, 8 de maio de 2011

Feliz Ano do Orgulho LGBT!

Maio antecede o mês que comemora o Orgulho LGBT – 28 de junho.
E convenhamos que, maio de 2011, será um marco no que diz respeito às conquistas do movimento LGBT brasileiro. Coisas muito importantes aconteceram e outras estão pra acontecer.

Quem acompanhou os últimos eventos, viu a emoção que tomou a comunidade – um tanto desacreditada até então – quando o Supremo Tribunal Federal julgou e aprovou a União Homoafetiva, durante os dias 04 e 05 de maio.
Dias antes, em 29 de abril, o SENSO 2010 anunciou que em sua última pesquisa foram contabilizados 60 mil casais homossexuais. Número importante e que tende a crescer com a nova conquista, pois a União Homoafetiva garante aos casais:
Comunhão parcial de bens;
Pensão alimentícia;
Pensões do INSS;
Planos de saúde;
Políticas públicas;
Imposto de renda;
Sucessão;
Licença-gala;
Adoção.

O STF se antecipou ao Legislativo para garantir a população LGBT os direitos que lhes eram negados. E a decisão tem aplicação imediata. Na segunda-feira, dia 09/05, será realizado em Curitiba, o registro em cartório do primeiro casal homoafetivo. Tony Reis, presidente da ALGBT, e seu companheiro, David Harrad, acompanharam o julgamento em Brasília e, em seguida a decisão, anunciaram publicamente o registro de sua relação.
O ministro Jobim garantiu que as Forças Armadas também vão cumprir decisão do STF.

Com isso, o mercado cresce os olhos sobre o público LGBT. Bancos e empresas de cartão de crédito mapearam os hábitos de consumo e investimento deste público:
40% dos LGBT’s estão na classe A e B;
LGBT’s gastam 64% mais em produtos de beleza;
54% dos LGBT’s compram, em média, 8 livros por ano;
LGBT’s gastam 25% a mais que o público heterossexual na compra de imóveis.

No meio disso tudo, o SBT, do tio Sílvio, anunciou que levará ao ar, no dia 11 de maio, o primeiro beijo homossexual da TV aberta brasileira. A novela “Amor e Revolução” vai ao ar às 21h45. E o beijo foi protagonizado pelas personagens Marina (Giselle Tigre) e Marcela (Luciana Vendramini). A emissora autorizou que a cena vá ao ar; o que colocará as atrizes, o SBT, a novela e o autor na história da TV brasileira.

Mais uma vez as mulheres são colocadas na linha de frente e retomo a Revolução Francesa, quando elas estavam lá, abrindo caminho para os homens, pois as mulheres, dotadas de coragem desde sempre, não temiam as forças opositoras. Voltando a 2011, quantas atrizes conhecemos que se negaram a interpretar uma personagem homossexual sob a alegação de “não estou pronta para um papel com esse peso”? E quantos atores já negaram personagens homossexuais, justificando com essa declaração?

Giselle Tigre, em entrevista à revista "Veja",  falou sobre seu personagem na trama "Amor e Revolução", do SBT. Ela e Luciana Vendramini viverão um casal homossexual e já gravaram a cena do primeiro beijo gay das novelas brasileiras. "Foi um beijaço, e foi só o começo. Nós duas estamos na expectativa de fazer uma cena de amor", disse. 

A atriz contou ainda que está eufórica por ser pioneira do beijo gay na teledramaturgia, e que nunca tinha beijado uma mulher antes. Sobre possíveis cenas de sexo entre as personagens, Giselle diz que ela e Luciana estão vibrando para que aconteça. "Queremos mais é que role. Vai ser lindo. Espero que a coisa não morra na praia", completou.
(Revista Veja)

A emissora de Sílvio Santos, que está atualmente mergulhada em uma crise financeira, sai na frente desta vez. E esperamos que isso abra espaço para novos beijos e novos personagens em outras emissoras.
O mais próximo de um beijo homossexual em horário nobre na Rede Globo, por exemplo, foi na novela “Mulheres Apaixonadas”, com um selinho protagonizado no último capítulo pelas personagens Clara e Rafaela, interpretadas por Alinne Moraes e Paula Picarelli).
Giselle Tigre e Luciana Vendramini

Alinne Moraes e Paula Picarelli

Mas agora é beijo de novela de verdade! Só aguardar! Quem sabe vem mais que um beijo por aí?

E seguindo o movimento...
17 de maio: Dia Internacional da Luta Contra a Homofobia!
Foi convocada para o dia 18 de maio na cidade de Brasília a II Marcha Nacional Contra a Homofobia, que promete colorir a Esplanada dos Ministérios . A concentração começa às 9hs e trará como bandeira de luta a igualdade de direitos e políticas públicas de combate à homofobia.
A programação conta também com o VIII Seminário LGBT no Congresso Nacional que será realizado no dia 17 de maio, em homenagem ao Dia Nacional de Combate à Homofobia. A data oficializada em 1990, marca a retirada, pela Organização Mundial de Saúde, da homossexualidade da classificação internacional de doenças.
A marcha chama a atenção para a necessidade de criminalização da homofobia, caracterizada pelos crimes de ódio, aversão ou discriminação a homossexuais. E para tal, tramita na Câmara, o PLC 122/2006 – Homofobia Não!


De acordo com o Grupo Gay da Bahia, nos últimos 20 anos, 2.430 pessoas foram assassinadas em crimes homofóbicos. E das vítimas, 64% eram gays, 29 % eram transgêneros e 2% eram lésbicas.
Só em 2010, foram mais de duzentos assassinatos por homofobia.
Paralelo às conquistas do Movimento LGBT, há um grupo de pessoas que tentam limitar os nossos direitos, como com a apresentação de projetos que proíbam que casais homossexuais adotem crianças, e que estes sejam reconhecidos como entidade familiar.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) critica união homoafetiva com argumentos injustificáveis, como o de que o casamento pressupõe que homens e mulheres gerem filhos. Para a Igreja, homossexuais não formam família, mas uma comunidade de pessoas.
Pesquisas da USP afirmam que a estrutura familiar e o desenvolvimento da criança não estão vinculados com a orientação sexual do casal, mas com o desejo de ser responsável por uma criança.
Feliz Ano do Orgulho!