Nem vou me dar ao trabalho de refletir demais. Apenas rebaterei argumentos contra esse tipo de adoção, que giram em torno de clichês.
O que as pessoas que defendem o argumento de que família precisa de uma figura materna e uma paterna têm a dizer a respeito das famílias que não contam com essas figuras. Pais e mães morrem, vão embora, desaparecem, são vítimas da violência, são agentes da violência... A situação é bem ampla.
E não me venha com essa de ter referenciais femininos e masculinos. Muitos de nós fomos criados sem esses referenciais e isso em nada afetou nosso caráter. E o contrário também acontece.
Além do mais, homossexualidade não é sinônimo de falta de caráter ou debilidade. E orientação sexual é balela! Eu mesma fui criada com as figuras de pai e mãe, sem referências homossexuais, fui orientada à heterossexualidade, e no entanto sou homossexual (e desde antes de me entender por gente).
Uma família precisa de uma figura amorosa, capaz de prover a molecada de necessidades básicas às afetivas.
Não temos um sistema que ofereça condições à população de acesso a boa educação, saúde pública e subsistência, controle de natalidade, salários que sustentem e outras coisas mais.
Isso ajuda a manter a superlotação de orfanatos e o número de crianças abandonadas nas ruas, nas portas, nas lixeiras, nas matas e em outros tantos lugares. O governo não dá conta disso!
Agora eu pergunto: é melhor ter crianças vivendo nestas condições do que vivendo num lar composto por dois homens ou duas mulheres que querem e podem dar-lhes afeto, proteção e as condições básicas para que cresçam saudáveis física e mentalmente?
Se a maioria da população responder sim a essa questão, temerei por seus filhos, pois mais uma vez ficará provado que não sabemos amar, apenas possuir.
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